Catarinense Josiane Lima é escolhida a melhor remadora pelo Prêmio Paralímpicos 2015
Por: MARIANA GIANJOPPE – RIO DE JANEIRO*
Os melhores paratletas do Brasil se reuniram nesta quarta-feira para uma noite de celebração do paradesporto, no Rio de Janeiro, onde foi realizada a entrega do Prêmio Paralímpicos 2015. Para cada um dos nomes chamados a subir ao palco montado no Sofitel, em Copacabana, a certeza de um desejo comum: estar de volta à cidade no ano que vem, mas desta vez entre os dias 7 e 18 de setembro, para a disputa dos Jogos Paralímpicos.
Dentre um total de 25 atletas homenageados, Josiane Lima, 40 anos, foi a única a representar Santa Catarina na premiação. Vencedora na modalidade remo pelo segundo ano consecutivo – em 2009 ela já havia ganhado o prêmio geral de melhor paratleta –, a manezinha, nascida e criada no bairro de Sambaqui, norte da Ilha, se destacou nesta temporada pelo tetracampeonato no Mundial Indoor, a medalha de prata na Copa do Mundo e o sexto lugar durante a disputa do Campeonato Mundial.
Josiane, que tem no currículo um bronze paralímpico conquistado em 2008, compete na categoria mista Double Skiff TA, para atletas com mobilidade no tronco e nos braços – a catarinense sofreu uma atrofia na perna esquerda após um acidente de moto em 2004. A paratleta já tem vaga garantida para brigar pela principal meta de sua carreira: o ouro nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
Nas duas principais premiações da noite, escolhidas por voto popular, o piauiense Luis Carlos Cardoso da Silva, da canoagem, ficou com o prêmio de melhor atleta da temporada entre os homens. Em 2015, ele conquistou dois ouros mundiais na classe A (movimentos apenas nos braços).
Entre as mulheres, Silvania Costa, do Mato Grosso do Sul, ouro no salto em distância no Parapan de Toronto, na categoria T11 (deficiência visual total), saiu com a conquista.
Qual a importância de ganhar mais esse prêmio?
É maravilhoso, porque a gente se esforça muito, tem outros atletas com excelentes resultados, mas esse ano conquistei muita coisa e, no Mundial da França, em agosto, classificamos o nosso barco brasileiro para o Rio 2016, eu e o Michel Pessanha, do Flamengo. A federação internacional e os adversários nos reconhecem como potenciais atletas para pegar a medalha de ouro na Paralimpíada. O foco é o ouro e a gente está muito bem, nossos tempos comprovam que a medalha de ouro não é um sonho, é uma possibilidade real mesmo.
Quanto você evoluiu desde aquela primeira premiação, em 2009?
A gente evolui principalmente pela experiência. Tecnicamente e também a formação física para conseguir usar a potência máxima da estrutura física. Estou desde 2006 competindo, mas já tinha uma experiência, sou filha de pescador, então conheço muito de mar, de embarcações, velejava, surfava, já fui pegando um pouco da ¿manha¿ na questão da navegabilidade. Minha própria vivência, a criação em Florianópolis, me fez despontar no remo.
O que o remo trouxe de melhor para você?
Trouxe tudo para mim: uma nova maneira de viver, o coração batendo mais forte, o ímpeto do atleta, emoção, uma melhor condição de vida, e me trouxe saúde acima de tudo. Claro que não sou mais uma pessoa nos moldes normais, mas estou dentro da normalidade para minha condição, depois de ter sofrido um acidente grave, quase falecido e depois quase ter sido amputada. Fiquei com uma sequela grave, mas foi tudo superado. Sempre tive paixão pelo esporte e pelo mar, e descobri o remo. A minha vida deu uma volta em 360 graus e acabou dando tudo certo.
E em que você tem contribuído para o esporte?
Acho que, como mulher – o esporte em si sempre foi mais dado para os homens –, manezinha da Ilha, filha de pescador, tudo isso contibui, assim como a (remadora campeã mundial) Fabiana Beltrame, que também é da nossa terra, para mostrar que qualquer um pode ser campeão mundial. Às vezes parece tão longe, a gente vê o Campeonato Mundial, a Olimpíada, lá do outro lado do mundo, e não tem esse contato com alguém próximo da gente. Então começa a ter os modelos, as inspirações próximas, um contato real, que abre caminho para todo mundo.
Confira a lista dos vencedores
O melhor atleta – Luis Carlos Cardoso da Silva (canoagem)
A melhor atleta – Silvania Costa (atletismo)
Revelação – Daniel Tavares Martins
Melhor técnico coletivo – Dailton Freitas (goalball)
Melhor técnico individual – Fábio Dias (atletismo)
Atletismo – Felipe de Souza Gomes
Basquete em cadeira de rodas – Lia Maria Soares Martins
Bocha – Maciel Sousa Santos
Canoagem – Luis Carlos Cardoso da Silva
Ciclismo – Lauro César Mouro Chaman
Esgrima em cadeira de rodas – Jovane Silva Guissone
Futebol de 5 – Ricardo Steinmetz Alves
Futebol de 7 – Marcos dos Santos Ferreira
Judô – Wilians Silva de AraújoGoalball – Victoria Amorim do NascimentoHalterofilismo – Maria Rizonaide da Silva
Hipismo – Sérgio Froés de Oliva
Natação – Daniel de Faria Dias
Remo – Josiane Dias de Lima
Rugby em cadeira de rodas – Alexandre Vitor Giuriato
Tiro com arco – Jane Karla R. Gogel
Tênis de mesa – Cátia Cristina da Silva Oliveira
Tênis em cadeira de rodas – Natália Mayara Azevedo da Costa
Tiro esportivo – Geraldo von Rosenthal
Triatlo- Fernando Aranha Rocha
Vela – Tui Francisco de Oliveira
Vôlei sentado – Suellen Cristine Dellangelica Lima
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